RIG 2022 - Análise do ambiente externo da UFG
A UFG é uma grande instituição pública de ensino superior e desenvolve um conjunto complexo de atividades que entrelaçam três vertentes do conhecimento humano: ensinar, desenvolver projetos que objetivem ampliar o conhecimento existente e promover a interação com a sociedade por meio da troca de saberes.
O desenvolvimento dessas três vertentes, que se constituem no tripé constitucional do ensino, da pesquisa e da extensão, de forma simultânea e indissociável, somente tem sentido se a UFG considerar a sua inserção social e o seu papel regional e nacional. Portanto, o seu ambiente é externo e completo porque atua por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, mas provoca impactos em várias dimensões do ambiente: tecnológica, inovação, cultural entre outras.
Desde 2006, a UFG tem avançado de forma significativa, como mostram seus indicadores quantitativos e qualitativos quando comparados ao sistema federal de ensino superior, o que é apresentado neste relatório. No caso da UFG, esses números são particularmente impressionantes. A UFG tinha 13.000 estudantes na graduação em 2006, e passou para aproximadamente 21.000 em 2020, já considerando a redução do número de estudantes devido à criação da Universidade Federal de Jataí e da Universidade Federal de Catalão. Registre-se que nesse período foram implementadas políticas de inclusão e de ações afirmativas para grupos socialmente desfavorecidos, o que têm contribuído para ampliar o acesso e assegurar a permanência dos estudantes desses grupos, tais como os de escola pública, os negros, os indígenas e os quilombolas.
Ao implementar suas atividades com um quadro de pessoal altamente qualificado, a UFG contribui para que o estado de Goiás e o Brasil possam enfrentar, com êxito, os desafios presentes na sociedade, tanto para o desenvolvimento social, econômico e cultural, quanto para assegurar a competitividade técnica da economia nacional no contexto internacional.
A sociedade tem exigido que a UFG amplie e diversifique as suas atividades. Além da formação em nível superior, a realização de pesquisas e a procura por soluções para os problemas da sociedade. A universidade é instigada a fornecer mão de obra qualificada, realizar treinamento para pessoas altamente especializadas, fortalecer a competitividade da economia, promover a mobilidade social para filhos e filhas das camadas sociais mais necessitadas, prestar serviços especializados, preparar pessoas para serem lideranças em seus setores de atuação, realizar inovações técnicas e tecnológicas, formar estudantes empreendedores, entre outras demandas.
Além das inúmeras demandas advindas dos vários setores da sociedade, a educação superior brasileira pós Constituição de 1988 vem passando por diversas mudanças que se refletem no funcionamento das instituições públicas, nesse cenário, podem ser citadas a diferenciação das instituições, a ampliação das instituições privadas, a diversificação das fontes de financiamento por meio de captações extra orçamentárias para a manutenção de setores acadêmicos importantes, a vinculação entre financiamento e resultados e alterações de funções do Estado, que passou de provedor e planejador para ser avaliador e regulador, entre outras.
Nesse quadro de grandes transformações, acredita-se que a universidade deve enfrentar os atuais desafios e assumir, de forma plena, o seu protagonismo tanto em relação às demandas da comunidade universitária quanto da sociedade. Para tanto, é necessário considerar o seu papel e a sua função social no que diz respeito à complexidade e à diversidade das atribuições que lhes são postas. Um componente importante da Constituição de 1988 foi o estabelecimento de que as universidades gozam de autonomia universitária.
No entanto, essa prerrogativa constitucional tem se colocado de forma precária, pois, para desenvolver as atividades que lhes são inerentes, há que se ter um volume de recursos financeiros adequado ao conjunto das atividades implementadas, o que não vem ocorrendo. A dependência de recursos extraorçamentários acaba impondo amarras à liberdade acadêmica das universidades.
Há que se reconhecer, que a ampliação do acesso e diversificação do perfil dos estudantes da UFG criaram demandas e novos desafios, tanto em termos acadêmicos quanto no que diz respeito à necessidade de maiores investimentos para a manutenção, com qualidade, das atividades de ensino, pesquisa e extensão na universidade.
Além disso, existe um conjunto de demandas relativas às metas previstas no PNE (2014-2024), principalmente em relação à meta que prevê alcançar em 2024 o quantitativo de 33% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos matriculados na educação superior brasileira. Ou seja, será preciso quase dobrar o quantitativo de jovens matriculados em 2015, o que não ocorreu evidentemente.
Outro desafio do ambiente externo é a formação de professores para a educação básica. Para isso, é necessário elevar o quantitativo de estudantes de Pós-Graduação stricto sensu para contribuir para elevar a qualificação dos professores desse nível da educação. Outra demanda do ambiente é a criação de cursos no período noturno para atender a um público que precisa trabalhar durante o dia.