RISCOS, OPORTUNIDADES E PERSPECTIVAS

Em 18/11/23 18:54 Atualizada em 18/11/23 18:56

1. Gestão de Riscos e Controles Internos

A UFG instituiu, por meio da Portaria UFG n° 86, de 8 de janeiro de 2019, o Comitê de Governança, Gestão de Riscos e Controles, incluindo profissionais de todos os órgãos que estão tecnicamente qualificados para mapear, monitorar, corrigir e gerenciar os riscos no âmbito desta Universidade. Com isso, espera-se possibilitar à estrutura de governança e aos sistemas de controles internos a mitigação de tais riscos, evitando perdas e melhorando a qualidade de seus serviços prestados.

A gestão de riscos da UFG é gerida de forma integrada entre os diversos níveis organizacionais, considerando as respectivas atribuições e responsabilidades. Assim, cada estrutura tem seu processo gerencial, incluindo o controle de suas atividades. Esse processo se inicia com controles operacionais em suas unidades, órgãos, núcleos e demais estruturas voltadas à operacionalização do ensino, da pesquisa e da extensão. Outra estrutura de controle está em nível de Pró-Reitorias e Secretarias, que se constituem como o nível tático da gestão da Universidade. Em nível estratégico, por estruturas colegiadas e a alta gestão, liderada pela Reitora, Vice-reitor e suas assessorias.

O método da gestão de riscos na UFG será estabelecido no Plano de Gestão de Riscos (PGR),  visando direcionar os esforços para os processos prioritários da instituição, cujos riscos impactam diretamente no atingimento dos objetivos estratégicos da Universidade. Objetiva-se priorizar as ações de simplificação dos procedimentos relacionados à prestação de serviços públicos, por meio do mapeamento dos processos e gerenciamento de riscos, assegurando a utilização de controles mais efetivos, de acordo com os limites de exposição a riscos institucionalmente definidos, eliminando controles desnecessários que oneram os processos e geram insatisfação da sociedade.


1.1 Principais riscos da Universidade 

Os principais riscos da Universidade são categorizados em Estratégico, Financeiro/Orçamentário, Operacionais, Legal/Conformidade, Imagem/Reputação e Integridade, conforme Quadro 1 e seguindo as temáticas delimitadas no PDI. Para evitar a ocorrência de risco de não alcance dos objetivos estratégicos, após a elaboração do planejamento estratégico, elaboraram-se planos de ação para o alcance de cada objetivo. Nesses planos, cada área define metas, indicadores e ações para cada um de seus respectivos objetivos, sendo que posteriormente esses planos são monitorados e avaliados por cada área como também pela Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais.

 

Quadro 1. Categorias de Risco

Categoria de riscoFonte: Metodologia de Gestão de Riscos – Escala de Probabilidade (CGU, 2018).

 

1.2 Principais riscos específicos

Os principais riscos específicos se relacionam com a capacidade da Universidade de gerar valor em curto, médio e longo prazos, e poder impactar em seus objetivos estratégicos, além de também interessarem para a delimitação das estratégias de atuação para minimizar riscos e maximizar oportunidades.  

Podem ser citados como riscos específicos: redução da qualidade do ensino; aumento dos índices de evasão e retenção; redução do número de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação; diminuição das atividades de extensão; diminuir o grau de internacionalização; limitação da capacidade de gestão da captação e execução dos recursos orçamentários e financeiros de recursos para a implementação de objetivos e metas planejados para cada área,  riscos em aquisições e contratos.

Na UFG, o Comitê de Governança, Riscos e Controles estabeleceu a seguinte forma de tratamento para cada nível de risco: muito alto, alto, médio e baixo. 

  • Risco muito alto: deve ser mitigado até o risco residual chegar ao nível médio pelo menos;
  • Risco alto: deve ser mitigado até o risco residual chegar ao nível médio pelo menos;
  • Risco médio: caso seja possível devem ser estabelecidas atividades de controle mitigadoras. Se o impacto do evento for crítico, planos de contingência são extremamente recomendáveis;
  • Risco baixo: caso seja possível, devem ser estabelecidas atividades de controle mitigadoras. Se o impacto do evento for grande ou crítico, planos de contingência são extremamente recomendáveis.
  • Gestão de riscos e controles internos e sua vinculação entre riscos e objetivos estratégicos, riscos significativos quantificados e medidas de mitigação no exercício;
  • Gestão de riscos de infraestrutura física


1.3 Gestão de riscos e controles internos e sua vinculação entre riscos e objetivos estratégicos, riscos significativos quantificados e medidas de mitigação no exercício

A UFG, definiu em seu PDI, o objetivo estratégico de promover a gestão por projetos e processos priorizando os principais macroprocessos da UFG, de modo a possibilitar a identificação de eventos que podem influenciar o alcance dos objetivos da Universidade. 

A definição dos riscos considera os critérios de probabilidade e de impacto. Os componentes dessa etapa são:

  • Probabilidade: chance de ocorrência de um determinado evento de risco;
  • Escala de Probabilidade: critérios que serão utilizados para o julgamento da probabilidade de ocorrência  evento (Quadro 2);
  • Impacto: avaliação da magnitude da ocorrência do evento perante os objetivos estratégicos da organização;  Escala de Impacto: critérios que serão utilizados para o julgamento do impacto de ocorrência do evento (Quadro 3);
  • Risco Inerente: pontuação resultante da multiplicação da probabilidade pelo impacto a um evento de risco excluindo-se qualquer mecanismo de controle;
  • Classificação de Risco: faixas de classificação utilizadas para o julgamento do nível de risco de cada evento (Quadro 4);
  • Matriz de Risco: matriz de possíveis resultados da combinação das escalas de probabilidade e de impacto (Quadro 5);
  • Controles Internos: mecanismos que reduzem ou podem reduzir a probabilidade de sua ocorrência ou de seu impacto. Os controles preventivos atuam sobre possíveis causas do risco, com o objetivo de prevenir sua ocorrência (ex. requisitos; checklists; capacitação de servidores, etc.). Os controles de atenuação e recuperação são executados após a ocorrência do risco com o intuito de diminuir o impacto. 

 

Quadro 2 - Escala de Probabilidade

Escala de probabilidadeFonte: Metodologia de Gestão de Riscos – Escala de Probabilidade (CGU, 2018).

 

Para cada evento, calcula-se o nível de risco, a partir dos critérios de probabilidade e de impacto (Quadro X2 e Quadro X3). A multiplicação entre os valores de probabilidade e de impacto define o nível do risco inerente, ou seja, o nível do risco sem considerar quaisquer controles que reduzem ou podem reduzir a probabilidade de sua ocorrência ou de seu impacto. 

 

Quadro 3 - Escala de Impacto

Escala de impactoFonte: Metodologia de Gestão de Riscos – Escala de Probabilidade (CGU, 2018).

 

Os riscos calculados são distribuídos em quatro faixas combinados conforme matriz do Quadro 4.

 

Quadro 4 - Matriz de Risco

ImpactoFonte: Metodologia de Gestão de Riscos – Escala de Probabilidade (CGU, 2018).

 

1.4 Gestão de riscos de infraestrutura física

Em relação aos riscos de infraestrutura física da Instituição, a UFG instituiu, por meio da Portaria Nº 2.377, de 27 de junho de 2022, o Grupo de Trabalho Estratégico de Infraestrutura, que tem como atribuições acompanhar demandas, avaliar níveis de risco, definir prioridades, planejar e programar ações de manutenção da infraestrutura física da UFG. Deste modo, houve um avanço estratégico no alinhamento entre a Pró-reitoria de Administração e Finanças (PROAD), Secretaria de Tecnologia da Informação (SETI), Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA), Secretaria de Segurança e Direitos Humanos (SDH), Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais (SECPLAN) e a Administração Central (Vice-Reitoria), no sentido de tratar os riscos de infraestrutura física com a celeridade necessária. 

Além disso, avançou-se na regularização de edifícios junto aos órgãos públicos para obtenção do alvará de funcionamento de todas as edificações no desenvolvimento de projetos atualizados de combate a incêndio aprovados no Corpo de Bombeiros do estado de Goiás, que implicam em intervenções físicas para adequação ou implantação das instalações existentes de combate a incêndio e outros serviços complementares, citando-se a contratação de empresa de engenharia para reforma e adequação para Prevenção de Incêndios no prédio do CIDARQ, cuja obra iniciou em 2022. 

Apesar de todo comprometimento da alta administração na gestão de riscos e controles internos, os recursos orçamentários dos últimos anos têm sido insuficientes para a contratação de todos as intervenções físicas necessárias para a minimização dos riscos. Deste modo, a não contratação de execução desses serviços envolve alto risco e escapam da governança orçamentária da instituição, majorando-se a probabilidade de acidentes que podem provocar incêndios. Não obstante a isto, as equipes de manutenção da Universidade têm vistoriado constantemente as instalações elétricas, de incêndio e demais instalações visando minimizar os riscos envolvidos até que a situação orçamentária da instituição seja normalizada e seja possível operacionar a contratação dos serviços necessários.


2. Oportunidades e perspectivas

A Universidade Federal de Goiás (UFG) reconhece que a gestão de riscos não se limita apenas a identificar ameaças, mas também a identificar oportunidades que podem impulsionar o crescimento, a inovação e o desenvolvimento sustentável da instituição. Neste contexto, a UFG identificou diversas oportunidades que podem ser aproveitadas para aprimorar ainda mais sua posição como uma instituição de excelência em educação, pesquisa e prestação de serviços à sociedade, as quais são:

 

  1. Expansão da Pesquisa e Inovação: A UFG possui um corpo docente altamente qualificado e recursos de pesquisa significativos. Uma oportunidade-chave reside na expansão das atividades de pesquisa e inovação, colaborando com o setor privado e outras instituições acadêmicas para promover o desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadoras que beneficiem tanto a universidade quanto a comunidade em geral.
  2. Internacionalização: A internacionalização é uma oportunidade importante para a UFG, permitindo a atração de talentos internacionais, a participação em programas de intercâmbio acadêmico e a colaboração em pesquisa com instituições em todo o mundo. Isso não só enriquece a experiência dos estudantes, mas também eleva o prestígio da universidade a nível global.
  3. Ampliação do Acesso à Educação: A demanda por educação superior no Brasil é alta, e a UFG pode aproveitar essa oportunidade para expandir o acesso à educação de qualidade, oferecendo mais cursos online, programas de educação a distância e parcerias com outras instituições para atender a uma base de alunos mais diversificada.
  4. Desenvolvimento de Parcerias Estratégicas: A colaboração com órgãos governamentais, empresas e organizações da sociedade civil representa uma oportunidade para a UFG fortalecer sua presença na comunidade e contribuir para o desenvolvimento regional. Essas parcerias podem incluir projetos conjuntos de pesquisa, programas de responsabilidade social e iniciativas de capacitação.
  5. Sustentabilidade Ambiental: A conscientização ambiental está em crescimento, e a UFG pode liderar iniciativas de sustentabilidade em seu campus, implementando práticas e políticas ambientalmente responsáveis. Isso não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, mas também atrai estudantes e colaboradores comprometidos com essa causa.
  6. Captação de Recursos: A busca de financiamento por meio de editais de pesquisa, parcerias público-privadas e captação de recursos filantrópicos é uma oportunidade para fortalecer as finanças da universidade e apoiar projetos acadêmicos e científicos de maior envergadura. Tanto é que, mesmo diante da falta de recursos orçamentários para o cumprimento dos objetivos, metas e contratos já em andamento, a UFG tem desenvolvido várias ações para aumentar a arrecadação própria no sentido de mitigar os riscos da diminuição de recursos do Tesouro, como pode ser observado por meio do Figura 2.

 

Figura 1. Evolução do Orçamento de Custeio e Investimento da UFG de 2007 a 2022

Evolução orçamentáriaFonte: PROAD (2023). *Valores corrigidos pelo IPCA ref. dez/2022.

 

Ao incorporar a identificação e a gestão proativa de oportunidades em seu processo de Gestão de Riscos, a UFG pode se posicionar de maneira mais estratégica e eficaz, buscando não apenas mitigar ameaças, mas também alavancar recursos e iniciativas que impulsionam seu crescimento, sua excelência acadêmica e sua contribuição para a sociedade e o desenvolvimento regional. É fundamental que a universidade continue a monitorar e avaliar essas oportunidades, adaptando suas estratégias conforme necessário para garantir o sucesso a longo prazo.